segunda-feira, 12 de abril de 2010

Leitor de Mentes

No domingo do dia 28 de março desse ano, o Fantástico (programa da rede Globo) exibiu uma reportagem a respeito dos avanços dos estudos científicos que têm como objetivo ler a mente humana.





Ao ler o artigo, tive várias reações. A primeira, certamente, foi a de ficar espantada/maravilhada com o avanço da ciência. A segunda, foi um certo ceticismo seguido por questionamentos que levaram até terceira reação que foi a de revolta. Será que nem dentro das nossas mentes teremos privacidade? Já não basta sermos observados em tudo quanto é lugar por câmeras? Porém, raciocinando com mais calma, cheguei a conclusão de que estava me precipitando, "sofrendo de véspera", visto que quando essas descobertas revolucionárias são postas em prática, elas levam consigo uma nova forma de pensar, novos costumes.

Um bom exemplo de tecnologia revolucionária que mudou o mundo é o celular. Muita gente se revoltou com a idéia de poder ser encontrado em qualquer lugar, a qualquer hora. Entretanto, muitos desses indivíduos
repensaram, ou foram obrigados a fazer tal coisa, a maneira que a velocidade das trocas de informações entre as pessoas aumentou radicalmente devido ao telefone móvel.

A mudança que o celular trouxe para nossas vidas não foi apenas tecnológica, ela modificou a forma da sociedade lidar com o mundo.

O que eu quero dizer é que por mais que eu ache que seja terrível que alguém cogite a possibilidade de ler a minha mente, reconheço que posso vir a mudar de idéia conforme siga o rumo da história.





"Na Universidade Carnegie Mellon, no estado americano da Pennsylvania, o equipamento de ressonância magnética virou uma impressionante máquina de interpretação de pensamentos. O rapaz que vai passar uma hora e meia deitado ali dentro é voluntário de uma revolução científica.

Os pesquisadores dizem pra ele pensar, do jeito que quiser, nas palavras que aparecem no monitor: adorar, odiar, insultar. O computador divide o cérebro em 20 mil partes iguais, chamadas voxels. Por onde o sangue passa com mais intensidade, ou seja, nas áreas ativadas por aquele pensamento, os voxels ficam azuis. Nas áreas onde a atividade é ainda mais intensa, eles ficam amarelos. E depois vermelhos. A imagem gerada por cada pensamento é comparada com milhares de outras.

É pela semelhança entre a imagem produzida pelo novo pensamento e aquelas que estão catalogadas que o computador é capaz de dizer exatamente o que estamos pensando. Assim, eles constroem uma espécie de dicionário de pensamentos, como explica o pesquisador brasileiro Augusto Buchweitz.

"O computador não consegue fazer nada sozinho, a gente tem que dar os dados para ele, e ele vai procurar coisas que se repetem no cérebro das pessoas, que vai permitir identificar o conteúdo do pensamento de outras pessoas", diz Augusto Buchweitz.

Uma imagem registra dois pensamentos opostos: o que aparece em azul são as áreas ativadas por uma pessoa com muito amor no coração. As partes em vermelho mostram o comportamento da mesma pessoa quando ela tem ódio por dentro.

Um dos autores da pesquisa, o doutor Marcel Just, diz que essa tecnologia poderá ajudar no tratamento de problemas psiquiátricos e neurológicos, identificando o que está errado com o pensamento e orientando a terapia e a prescrição de medicamentos.

Parece ficção científica mas, ainda este ano, os pesquisadores esperam ler os pensamentos de uma pessoa no exato momento em que eles estão acontecendo.

Por enquanto, a leitura de mente é um experimento embrionário que depende de máquinas pesadas e só pode ser feito dentro de um laboratório. Só que os psicólogos e neurocientistas querem muito mais. Eles acreditam que em pouco tempo vai haver um leitor de mentes que funcionaria à distância, decodificando o que passa pela cabeça de qualquer pessoa, seja para o bem ou para o mal.

Imaginem, por exemplo, um terrorista em uma estação de trem em Nova York. Ele monta um equipamento portátil capaz de ler mentes. Quer descobrir o código de acesso ao computador central do serviço de inteligência dos Estados Unidos. A mulher é uma agente do serviço de inteligência. O outro agente chega e revela o segredo, um novo código que garante o acesso a informações ultraconfidenciais.

Mas a tecnologia é tão avançada que não deixa o menor rastro. O espião terrorista usa o laser para escanear o cérebro da agente enquanto ela está lendo os números. Ela não percebe. Tudo o que ela pensa é interpretado pelo computador. E , número por número, o código secreto vai sendo revelado.

É claro que os pesquisadores esperam que a leitura de mente seja usada apenas para fins pacíficos. Mas é um tema tão intrigante que envolve instituições de pesquisa de todo o planeta.
No Japão, eles estão inventando uma máquina capaz de ler até o que nós estamos sonhando.

As experiências realizadas no Instituto de Pesquisas em Telecomunicações Avançadas, em Quioto, seriam chamadas de mágica, milagre ou telepatia há alguns anos. Mas não é nada disso. É ciência, com um objetivo ambicioso.

O cientista Yukiaso Kamitami diz: "A minha meta é gravar os sonhos". Para chegar lá, os pesquisadores começaram a identificar imagens formadas no cérebro. Os primeiros testes foram bem-sucedidos.

Nos testes, os cientistas projetaram dentro do aparelho de ressonância magnética símbolos como um quadrado. Os voluntários que ficavam olhavam fixamente para a figura. O equipamento captou a atividade cerebral e um computador interpretou o que a pessoa estava pensando no momento. O resultado foi uma figura um pouco borrada, mas não resta dúvida de que a máquina conseguiu ler o pensamento.

Do lado esquerdo da imagem, aparecem os símbolos que o voluntário estava vendo. Do lado direito, as imagens que se formavam no cérebro. O resultado não é perfeito, mas chega perto.

Assim como na pesquisa americana, a principal ferramenta dessa tecnologia é um programa de computador capaz de reconstruir imagens que a gente vê a partir das oscilações do fluxo sanguíneo dentro do cérebro. Essas oscilações variam conforme o símbolo apresentado ao voluntário.

Os pesquisadores japoneses dizem que há teorias de que os sonhos são importantes, por exemplo, no processo de fixação do aprendizado. Se isso for verdade, o gravador de sonhos ajudaria o ser humano a aprender melhor.

O professor diz que o domínio dessa tecnologia ainda está longe de acontecer. Mas um dia o que se passa na nossa mente quando dormimos pode deixar de ser apenas um sonho que esquecemos no dia seguinte."


Desejando obter mais informações ou ver a reportagem em video acesse o link http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1548443-15605,00.html .

Nenhum comentário:

Postar um comentário